Ministros Gerais pedem autorização para  que os irmãos leigos assumam cargos na Ordem

 

Aconteceu no dia 10 de abril de 2017 quando os superiores dos quatro ramos principais dos Frades Franciscanos pediram formalmente ao Papa Francisco autorização para permitir que suas comunidades elejam irmãos leigos para cargos de liderança em suas comunidades. Eles deixaram uma carta com um pedido formal para uma dispensa dos requisitos da lei canônica que, na maioria das ordens religiosas,  apenas um padre pode ser eleito para os cargos de liderança.

Nosso Ministro Geral da Terceira Ordem Regular, Frei  Nicholas Polichnowski, juntamente com o Ministro Geral Capuchinho, Frei Mauro Johri; o Ministro Geral Conventual, Frei Marco Tasca; e o Ministro Geral dos Frades Menores, Frei Michael Perryda, destaram que as regras que ditam a elegibilidade para a liderança em ordens religiosas, com uma forte mistura de irmãos e sacerdotes, especialmente se essas ordens, como os franciscanos, foram fundadas sem distinção entre leigos e ordenados.

Eles insistem que as Ordens Franciscanas foram fundadas por um leigo, São Francisco de Assis, que nunca foi ordenado sacerdote. Portanto, insistem em afirmar que historicamente o carisma franciscano não estava ligado à ordenação, mas a uma vida de seguir o Evangelho de forma radical.

O decreto do Concílio sobre a vida religiosa diz: “Monastérios de homens e comunidades que não são exclusivamente leigos podem, de acordo com sua natureza e Constituições, admitir clérigos e leigos em pé de igualdade e com direitos e obrigações iguais”.

Ainda assim, para Ordens como os Franciscanos, em que a maioria dos membros são sacerdotes, o Vaticano insistiu que a ordenação é um requisito para o “poder de governança”. Ele vetou a eleição de irmãos como superiores de Ordens que têm mais sacerdotes do que irmãos como membros, mesmo quando as Constituições da Ordem não insistem que o superior seja um sacerdote.

A igualdade dos frades leigos e ordenados deveria significar que ambos poderiam ser chamados para papéis de liderança. Por este motivos os ministros gerais pediram ao Vaticano que a possibilidade seja “oficial e juridicamente” reconhecida.

Respondendo às proposições dos membros do Sínodo em 1996, São João Paulo II disse: “Foi criada uma comissão especial para examinar e resolver aos problemas relacionados com esta questão. É necessário aguardar as conclusões desta comissão antes de tomar as decisões adequadas de acordo com o que será determinado com autoridade”.

O estudo parece ter sido interrompido. Em dezembro de 2015, o Vaticano emitiu um documento sobre a identidade e a missão dos irmãos religiosos. Na ocasião, o arcebispo José Rodríguez Carballo, secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, disse que seu gabinete pedirá ao Papa Francisco uma comissão ad hoc para estudar a questão.

fonte: http://www.franciscanos.org.br/?p=129995