Caros irmãos e irmãs:
Paz e Bem!

Para reflexão pessoal para esse mês de julho trago parte de um longo texto de Fr. Almir Guimarães com o título: “Francisco, homem feito Oração”. Para melhor nos preparar e aprofundar o sentido das Celebrações Franciscanas que iniciaram com o Centenário dos 800 anos da Regra Bulada e o Presépio de Greccio neste ano de 2023 e que serão concluídas com o Centenário dos 800 anos da Páscoa de São Francisco no ano de 2026.

Assim como Jesus foi o verdadeiro orador do Pai, façamos da oração e da contemplação a alma do próprio ser e do próprio agir (Regra OFS, n.8).

Segundo Tomás de Celano, Francisco de Assis é a personificação da oração. Não era um orante, mas a própria oração. Dificilmente poder-se-ia ter encontrado uma fórmula mais feliz para descrever a dimensão orante de Francisco. É o homem do ininterrupto diálogo com o Senhor. Depois da conversão passa viver a atmosfera de Deus. Percorre um longo e maravilhoso itinerário em seu relacionamento com Deus: há os suspiros profundos de insatisfação com sua vida quando é convocado a dirigir-se a novos horizontes; percorre as planícies e vales onde estão os homens, seus irmãos, morando com eles seus irmãos de vocação e de seguimento límpido do Evangelho, há essa comunhão amorosa de Francisco com o Senhor Jesus; sua oração passa pela exaltação de bondade do Criador manifestada no sol, nas estrelas, na água, e na mãe terra, oração de imensa intimidade atingindo seu pícaro mais denso e imperscrutável na configuração de Francisco a Cristo Jesus no alto do Tabor franciscano que é o Alverne. Ali ele podia dizer como Paulo: “Já não sou eu que vivo. É Cristo que vive em mim” (Gl 2,22). Para Francisco, a oração significa, efetivamente, dar lugar a um Outro.

Nessas longas e intermináveis jornadas de oração, Francisco foi acolhendo a visita do Espírito, um presente que ele mesmo, por suas próprias forças não podia se oferecer. A oração não é, em primeiro lugar, alguma coisa que fazemos mas uma acolhida que oferecemos. O orante permite que Deus se aposse dele: “Quer andasse ou parasse, viajando ou residindo no convento, trabalhando ou repousando, entregavas-te a oração, de modo que parecia ter consagrado a ela todo o seu coração é todo o seu corpo, toda a sua atividade, é todo o seu tempo. Compenetrado destas verdades jamais desprezava por negligência qualquer visita do Espírito; mas ao contrário, sempre que elas se apresentavam seguia-os cuidadosamente, e enquanto duravam, procurava gozar da doçura que lhe comunicavam”. ( Legenda Maior de Boaventura 10, 1). Francisco não é mais dono de si, de sua história, do seu presente e de seu futuro. Está sempre se colocando na mão do Altíssimo esperando suas novas manifestações, sempre no universo da fé….

Que assim seja com cada um de nós….

 

 

Fr. Agostinho Odorizzi – TOR

Ministro Provincial